Era um aluno presente e aplicado.Terminou a parte primária e o ginásio em uma escola pública. Com 16 anos, Bruce estava na fase de adolescente revoltado, e para quem não sabe, era um feroz simpatizante e membro declarado do National Front, partido popular de extrema direita semelhante ao nazismo de Hitler, que cultuava a violência e o ódio aos estrangeiros.
Aos 17 anos, Bruce foi estudar História na Universidade de Londres e serviu à infantaria. Em Sheffield, entrou em sua primeira banda, mas não como vocalista; ele tocava bateria. Na época era uma grande fã do movimento punk e escreveu algumas letras sobre o assunto, mas logo em seguida decidiu que não era exatamente essa a direção musical que queria tomar.
Começou como baterista, tornou-se vocalista da banda Samson de 1980 até ter-se juntado ao Iron Maiden com seu álbum Number of the Beast em 1982.
Teve tempo de tocar em bandas como Xero, Speed e Shots, já nos vocais. Esta última banda foi o trampolim de Bruce para sua carreira como vocalista, pois foi durante uma apresentação no pub Prince of Walls que Paul Samson, guitarrista de uma das bandas pioneiras do NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal), o convidou para tomar o posto de vocalista. Bruce, obviamente, aceitou o convite e com Samson gravou dois álbuns: Survivors e Head On. O Bruce Dickinson que conhecemos hoje era conhecido por Bruce Bruce. Em 1981, quando Bruce já estava muito bem estabelecido como cantor, surgiu a grande oportunidade: Steve Harris, baixista do Iron Maiden o convidou para um teste. Se conseguisse, estaria aceitando a árdua tarefa de substituir Paul Di´Anno nos vocais. Passou e deu-se mal, porque terminou a turnê do Killers debaixo de muitas vaias e desaprovação por parte dos fãs da Donzela. Mas o rancor passou logo depois do lançamento de The Number of the Beast.
Bruce tornou-se uma grande celebridade da cena nos anos 80 e acompanhou o Iron Maiden em seus melhores anos. Ele compôs diversas canções, das quais as mais conhecidas provavelmente sejam “Flight of Icarus”, “Powerslave”, “Two Minutes to Midnight” e “Can I Play With Madness”.
Em 1989, foi convidado para fazer a trilha sonora do filme Nightmare on Elm Street, ou como conhecemos, A Hora do Pesadelo. A música “Bring your Daughter to the Slaughter” integrou a trilha do filme e deu uma brecha para que Bruce alcançasse seu primeiro vôo solo. Foi convidado a gravar um disco sozinho. Para isso, convidou Andy Carr para o baixo, Janick Gers, que estava assumindo o posto que era de Adrian Smith no Maiden e Dickie Fliszar na bateria. Foi um disco mais cru do que os fãs estavam acostumados a ouvir, com um vocal um pouco mais rasgado. Surgiu assim, o Tattooed Millionaire, e foi seguido de uma pequena turnê local para sua promoção. O álbum vendeu bem e superou as expectativas. Entre as faixas mais conhecidas estão “Tattoed Millionaire”, “Born in 58” e “All the Young Dudes”, clássico de David Bowie.
Na mesma época, o Maiden entrou em estúdio para gravar o No Prayer for the Dying, que foi um sucesso no mercado americano, mas que deixou muitos fãs desapontados. O que era para ser uma “volta às raízes” do Iron, acabou sendo uma alça que mais tarde detonaria a bomba de 1993: a saída de Bruce. Já em No Prayer... ele não se sentia tão à vontade com os outros músicos e queria fazer modificações no som da banda. Quando lançou Fear of the Dark, Bruce já havia anunciado que estaria gravando mais um trabalho solo, mas sem ainda falar muito de sua saída.
Quando os fãs se deram conta,
Bruce Dickinson, que estava no Maiden há mais de dez anos, finalmente
deixa o grupo. Muda-se para Los Angeles, onde conhece Roy Z e o Tribe of
Gypsies e com eles começa seu trabalho de composição e reciclagem de
algumas músicas antes engavetadas por Steve Harris e sua trupe.
Em
1994 sai o Balls to Picasso, que foi muito bem aceito. “Cyclops”,
“Sacred Cowboys” e “Tears of the Dragon” são faixas completamente
diferentes. Bruce consegue finalmente o que queria: iniciar sua busca
por uma identidade musical só sua. A turnê desse álbum passou pelo
Brasil em 1995, quando saiu também o Alive in Studio A, um duplo que na
verdade não teve muito a ver com os planos de Bruce.
Em
1996, de cabelo curto e banda nova, ele lança o Skunkworks. Os músicos
que Bruce escolheu eram bem mais novos do que ele e seguiam uma linha de
som muito diferente. Chris Dale ficava no baixo, Alex Dickson na
guitarra e Alex Helena na bateria; eles formavam a banda Skunkworks. O
quarteto durou apenas um ano A faixa mais conhecida foi “Inertia”, que
ganhou um vídeoclipe e execuções nas rádios brasileiras. De modo geral, a
banda não foi bem aceita pela cena de Metal e nem pelos fãs.
Em
1997, Bruce voltou a trabalhar com Roy Z e chamou Adrian Smith, que
estava envolvido com seu projeto solo. Nasceu o Accident of Birth, álbum
que marca a volta da sonoridade mais pesada e que chegava a soar como
Iron Maiden devido a participação de dois ex-membros do grupo. Faixas
como “Accident of Birth”, “Road to Hell” e “Darkside of Aquarius”
trouxeram à tona a veia de grande compositor e músico que Bruce
definitivamente é. Ele fez uma turnê incrível que inclusive passou pelo
Brasil.
Em 1998, Bruce continua seguindo a
linha do Heavy Metal e lança o The Chemical Wedding, aclamadíssimo pelo
público e pela crítica.. Sua turnê passou pelo Brasil no ano seguinte,
quando estava decidido a gravar um álbum ao vivo e acabou nos escolhendo
para tanto. Antes da tão sonhada volta do Maiden, ele veio ao nosso
país para gravar uma série de shows para seu álbum. Foi de onde saiu o
Scream for Me Brazil.
Em 1999, Bruce volta
ao Maiden e lança o Brave New World em 2000. Sua última passagem pelo
Brasil foi durante o Rock in Rio de 2001, onde deixou claro que, pelo
menos até 2003, ele é membro oficial do Iron. Bruce Dickinson, além de
músico e cantor, é esgrimista, escritor, piloto de avião, DJ em uma
rádio em Londres, além de pai de família e um dos maiores nomes da
história do Heavy Metal. Seu último lançamento é o duplo Best of Bruce
Dickinson, que consiste em um apanhado de faixas de seus melhores
discos, além de músicas que foram gravadas aqui e as novas “Silver
Wings” e “Broken”.
Sete anos após seu último trabalho, Bruce lançou Tyranny of Souls em 2005. O músico contou novamente com a participação do guitarrista, produtor e compositor Roy Z. São 10 faixas, entre elas, "Abduction", "Kill Devil Hill", "Navigate the Seas of the Sun" e "River of no Return", alguns dos destaques.
Outros talentos do cantor incluem literatura, editoração, esgrima olímpica, tecnologia ferroviária e pilotagem de aviões Boeing 757 para a linha aérea do Reino Unido Astraeus (da qual a Iceland Express faz o leasing de seus aviões) onde ele é empregado como Comandante.
Atualmente, Bruce apresenta, aos sábados, o show
vespertino de “rock” na estação de rádio 6 Music da divisão de rock
alternativo da BBC, e o Programa Heavy Metal no Ar (sobre aviação) pelo
Discovery Channel. Recentemente ele pegou o papel principal na série da
BBC Radio 2, Masters of Rock. É considerado pela maioria dos fãs como o
melhor vocalista do Iron Maiden.
Falando em Iron, de acordo com algumas especulações em fóruns, o Iron Maiden pode lançar um novo álbum em 2009. O vocalista Bruce Dickinson, tem dado indícios aos fãs americanos, durante a “Somewhere Back In Time Tour”, de que a banda irá regressar em 2009 com um novo álbum e nova turnê. Será? Não percam o próximo capítulo!
Discografia:
* Tattooed Millionaire (1990)
* Balls to Picasso (1994)
* Alive in Studio A (1995)
* Skunkworks(1996)
* Accident of Birth(1997)
* The Chemical Wedding(1998)
* Scream for Me Brazil(1999)
* The Best of Bruce Dickinson(2001)Disc 1 - Disc 2
* Tyranny of Souls (2005)
* Anthology DVD Triplo (2006) - Links do Ledmones: (disc1) (disc2) (disc3)
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